C O M P A I X Ã O
A iniciação é a compaixão. A compaixão como jóia no próprio coração do Amor. Através dela todas as portas se abrem sem que seja necessário empurrá-las. Oh, não necessariamente as portas humanas tal como como são concebidas com a lógica e a consciência incarnada. A aproximação da Divindade, quer dizer o estabelecimento da harmonia perfeita do ser consigo mesmo e com o universo não se efectua nem pelo itinerário desejado nem no momento escolhido. Ela ri-se do tempo, dos acontecimentos e dos meios a utilizar.
A solidariedade é uma qualidade que falta muitas vezes àqueles que se viram para as realidades do Espírito. Cada um procura de tal modo preservar a sua autoridade sobre o seu pequeno grupo de discípulos, cada qual crispa-se de tal modo sobre o domínio no qual pensa atingir a excelência que tudo se separa lá onde as fronteiras se deveriam fundir ao sol...Não temais por conseguinte as palavras que agitam as Escolas petrificadas. O Conhecimento não é propriedade de ninguém. Ao suscitar intolerância e crítica, ele reduz-se a um simples saber intelectual.
Que cada um, pelo contrário, seja qual for a via escolhida, se empenhe em unificar, a dar-se conta das semelhanças para além das aparentes divergências.
A coesão última obtem-se pelo Amor.
ANNE et DANIEL MEUROIS-GIVAUDAN, Celui Qui Vient, Ed. Amrita, 1995
Quadro: Carrie MaKenna