ORDEM NASCENTE

Textos poéticos e filosóficos sobre a ordem nascente
A ordem nascente é ainda elusiva e periclitante. São muitos os profetas apocalípticos que auguram o fim dos tempos, e assim alimentam o medo no ser humano, facto que não pode bem servir a humanidade. Mas há, sem dúvida, crescentes indícios, vestígios, sinais que auguram o fim de um tempo, o ruir das estruturas... MARIANA INVERNO

19 abril 2006

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HELENA BALSA (1945-2006)



Conheci-a pouco, mal e brevemente. Aconteceu no que veio a ser o último período da sua vida, já doente. Mas de pé, a trabalhar, sem qualquer queixa.
Entrevistou-me e à pintora Felippa Lobato para o seu programa do Canal Memória. Na ilustre companhia de um documentário sobre Vieira da Silva e Arpad Szènes.

Recordo os seus olhos claros e o tom de voz determinado. Depois da entrevista e de ter tomado conhecimento da ideologia do PROJECTO, tentou incansavelmente convencer-me de que eu deveria ter um programa na televisão dedicado a este tema da ORDEM NASCENTE. Deu-me ideias, falou com pessoas, estimulou-me.
Durante um período, telefonava-me com frequência e fazia-me sentir que acreditava na minha capacidade para fazer alguma coisa neste domínio do novo, do que está a emergir. A sua saúde já declinava perigosamente, mas teimava num dia a dia de labor, sem queixumes. Encontrou espaço dentro de si para apoiar aquilo que em mim a parecia inspirar, deixou que a esperança para a vida e os sonhos de outrem respirassem através da sua voz, quando sabia que a ela a vida lhe fugia a passos largos.

Apertou-se-me um pouco o coração quando o locutor anunciou ontem a morte da Helena, no telejornal da noite. Vamos já sabendo umas coisas, mas o fim prematuro da vida física acaba sempre por nos tocar de modo chocante.
Desta vez, foi a Helena.
Passámos pela vida uma da outra momentaneamente, mal nos conhecemos. Dela só poderei recordar a luz do seu olhar, a entrevista serenamente conduzida e o seu inesperado empenho em que eu obtivesse um braço instrumental de grande envergadura para o PROJECTO Art for All, sob a forma de programa televisivo.


Guardarei com carinho essa memória, como uma flor branca e perfumada que nunca haverá de murchar.

Dorme em paz, irmã!


MARIANA INVERNO, Notas Diárias à Sombra dos Tempos

2 Comments:

At 2:50 da tarde, Anonymous helena said...

Obrigada por todas essas palavras tenho a certeza que o que fez foi tudo por bem. Eu ao contrario de si conheci sempre Helena Balsa cheguei a ver dias bons e dias em que ela estava pior, partilhei consigo todos os meus sentimentos e cresci em torno dos seus conselhos e modos de vida. Uma pessoa que já partiu mas que contina sempre a fazer parte da minha vida,depois disto tudo posso dizer que ela era, é e sempre será o meu ídolo. obrigada.

 
At 6:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sem querer vim aqui parar
pois eu conheci muito bem a minha querida e saudosa cunhada!
Obrigada pelas suas palavras que tão bem me caíram hoje....

 

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