ORDEM NASCENTE

Textos poéticos e filosóficos sobre a ordem nascente
A ordem nascente é ainda elusiva e periclitante. São muitos os profetas apocalípticos que auguram o fim dos tempos, e assim alimentam o medo no ser humano, facto que não pode bem servir a humanidade. Mas há, sem dúvida, crescentes indícios, vestígios, sinais que auguram o fim de um tempo, o ruir das estruturas... MARIANA INVERNO

05 novembro 2005

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Ego e Simplicidade

A simplicidade não é um desafio à altura do ego do homem; ao contrário da dificuldade e da impossibilidade que representam o desafio supremo. A dimensão do ego é mensurável e pode ser conhecida através da dimensão dos desafios que você aceita. Mas a simplicidade é pouco apelativa para o ego: a simplicidade representa a morte do ego.
Ao longo da História, o ser humano optou invariavelmente pela complexidade, mesmo quando esta era absolutamente desnecessária, com o único objectivo de fortalecer e fazer crescer o seu ego.
A própria psicologia está orientada de forma a favorecer o fortalecimento do ego. Até os idiotas dos psicólogos se empenham em demonstrar que o ser humano precisa de construir um ego forte. Assim, a educação é um programa que serve para o tornar ambicioso através da dicotomia do castigo e recompensa, conduzindo-o numa determinada direcção.
Até hoje, a simplicidade nunca foi um objectivo da sociedade. Nem pode ser um objectivo, visto que todos nós nascemos simples!
Todas as crianças são simples, tão simples quanto um quadro de ardósia imaculado. Mas um quadro que que cedo começa a ser preenchido pelas palavras dos pais – preenchido com instruções precisas. Seguem-se os professores, os padres, os líderes políticos – todos eles fazem questão de enfatizar o que uma pessoa deve ser para que não desperdice a vida.
A verdade é outra, precisamente contrária.
Você é um ser, e não precisa de se tornar alguém que não você mesmo. A simplicidade é isso mesmo: estar à vontade com quem se é, evitando trilhar o interminável caminho que é a conversão numa outra pessoa.


OSHO, O Livro do Ego
Ed. Pergaminho, 2005

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