ORDEM NASCENTE

Textos poéticos e filosóficos sobre a ordem nascente
A ordem nascente é ainda elusiva e periclitante. São muitos os profetas apocalípticos que auguram o fim dos tempos, e assim alimentam o medo no ser humano, facto que não pode bem servir a humanidade. Mas há, sem dúvida, crescentes indícios, vestígios, sinais que auguram o fim de um tempo, o ruir das estruturas... MARIANA INVERNO

09 outubro 2005

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MULHER ARDENTE TERRA

Costumo dizer que só na criatividade reside a nossa esperança! Só com novas combinações dos dados já adquiridos e daqueles que venhamos a adquirir, poderemos engendrar a salvação.
Por isso, dedico grande parte da minha energia a desenvolver um PROJECTO em que o conceito de criatividade é a chave mestra para a expansão da consciência, única porta de verdadeira ascensão. Ontem, inaugurámos MULHERES TERRA-MÃE, uma rica e harmoniosa mostra de arte de LENA GAL, uma artista genuina e sincera, muito talentosa, que trabalha incansavelmente na libertação da sua mulher interior.
A sua vida e a sua obra inspiraram-me este poema que lhe dedico como maior carinho e cumplicidade.



Para Lena Gal

Não há voz nem gesto ou corpo que contenha
mais amor e luz que a terra ardente
guarda os meus sonhos ela sustenta a mulher
perene e maga flor delicada
rosa secreta luz caminhante
pelo incerto fio da vida

Guardo choros sou um leito massacrado
de sons trocados e vácuas regras
mas sou também aquela que ainda canta
perplexa
na água chorosa das manhãs sofridas

Sou versos estivais sou colo e embalo
guardo as entranhas e nelas o secreto
o ancestral o tenro o fértil suco
da vida a respirar

Sou a inesperada flor que se soltou
no pântano escurecido dos enganos
Sou perfume e onda doce lagoa
espelho secreto da magicação lunar
Sou peito morno esboço do sonho
que te adormece na noite dos terrores

Escuta os sussurros a relembrar
o dia antigo do abraço e da magia
Esvoaça borboleta acolhe-me
Ó terra ó mãe sem par resguarda-me
nesse teu ventre na mornidão
geradora dos louros frutos

Abre-te coração abre a portada
vislumbra a glória eterna
de ser mulher descalça e desnudada
trasbordante como o tesouro
que a flor de lótus esconde no seu seio

Varre-me incendeia-me o corpo ó terra
abre-me à noite sem fim dos teus mistérios
pois
não há voz nem gesto ou corpo que contenha
mais amor e luz que a terra ardente


MARIANA INVERNO (n.1950)

2 Comments:

At 10:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

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At 9:50 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Bom dia Mariana,
Adorei a exposição(estive lá pessolamente)e gosto muito da maneira como se expressa na sua escrita....faz bem à alma...é como se caminhasse pelo imaginário das minhas cores, do meu sentir...Estamos ligados a tudo e a todos...e a vida é um sonho lindo...
Até breve, dia 27/10 lá estarei
Nela

 

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