O VOO DA AGUIA
Declaro-me consciente de que a minha vida deve ser uma fabulosa aventura criativa!
Penso na lucidez perigosa da Clarice Lispector e colo-me, afoita, ao seu exercício de auto-transcendência. Penso no Don Juan de Castaneda e entra-me uma força que me vem de dentro, do coração das células, pois tudo o que sei que não sei deve estar inscrito aí: uma memória antiga, escondida da minha consciência, à espera da sua hora como um pássaro real pousado firme no rochedo alto – sente a mensagem do ar e tudo ausculta até que seja propício voar...
Passarei pelo fogo e pela água, a minha águia há-de mirar o sol e retornar os olhos intactos sobre o vale celeste onde se preparam os caminhos do futuro. E, na secreta madrugada, descerá a pique, portadora da luz que me pertence...
MARIANA INVERNO, Notas Diárias à Sombra dos Tempos
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home