E G O Í S M O
“Os infelizes são os maiores egoístas porque, muito mais do que as pessoas felizes, só conseguem pensar em si mesmos. Ficam inteiramente absorvidos pela sua desventura à qual sacrificam todo o resto. Só quando a infelicidade diminui é que eles são capazes de imaginar e compadecer-se do mal dos outros.
A generosidade não é, como vulgarmente se crê, própria dos que sofrem; pode isso eventualmente acontecer com os que já sofreram. Mas nem tal é certo.”
ÉMILE CIORAN , Cahiers 1957 – 1972, Gallimard, Paris, 1997
SACRIFÍCIO DO EGOÍSMO
"Os obstáculos que se opõem a uma nova e melhor ordem mundial para toda a humanidade podem ser resumidos em uma única palavra, egoísmo - egoísmo nacional, social, político, religioso, económico e individual.
Novos valores pelos quais viver são desesperadamente necessários se quisermos que o mundo - como o conhecemos - sobreviva. O egoísmo pode ser transcendido e a visão de um mundo melhor pode tornar-se um facto. É chegada a hora neste mundo interdependente para os indivíduos fazerem submergir seus interesses pessoais pelo bem do grupo; para o grupo ou grupos fundirem seus interesses pelo bem nacional; para as nações abandonarem seus propósitos e metas egoístas pelos interesses de correctas relações internacionais e o bem da humanidade como um todo.
Há uma crescente onda de aspiração voltada para melhores modos de vida para todos os povos do mundo. A consciência humana está abrindo-se para a impressão espiritual e a compreensão de que há desejáveis valores espirituais a serem construídos em cada aspecto da vida, sobrepondo-se ao materialismo que, há séculos, vem controlando a humanidade. Estes valores dizem respeito a atitudes da mente e do coração que determinam acções e criam as circunstâncias da vida diária.O sacrifício do egoísmo fortificaria os laços de compreensão entre os povos do mundo, através da substituição prática da cooperação internacional, tolerância mútua e partilha entre os povos e nações. Pode liberar os homens e mulheres de todas as nações da limitação para a libertação do medo e da necessidade, da liberdade de expressão e do credo religioso e da liberdade para expandirem-se mental e espiritualmente.
VALORES HUMANOS NA VIDA DIÁRIA
Chegará o tempo na história da raça humana em que será tão grande o número de pessoas despertas para os assuntos e valores mais subtis da espiritualidade, que as velhas atitudes e actividades se tornarão para sempre impossíveis de prosseguir.
A meta da nova ordem mundial é, seguramente, que cada nação, grande ou pequena (com minorias as quais serão dados direitos proporcionalmente iguais) buscarão sua própria cultura individual e trabalharão por sua própria salvação e, mais ainda, cada uma deverá desenvolver a compreensão de que é parte orgânica de um corpo único e tem que contribuir de forma consciente e inegoísta para esse todo. Essa compreensão já está presente nos corações de inúmeras pessoas em todo o mundo; isto traz para cada um a grande responsabilidade, que se for inteligentemente desenvolvida e sabiamente manipulada, levará a correctas relações humanas, a uma estabilidade económica baseada no espírito de partilha, e a um nova orientação de pessoa a pessoa, de nação a nação, e de todos ao supremo poder a que damos o nome de Deus.
Traduzidas em termos nacionais, essas formas de compreensão retiram o conflito e a competição de muitas das facetas da sociedade. Enquanto cada grupo lutar por si mesmo e pelo interesse próprio, não poderá haver harmonia social, tranquilidade, segurança ou unidade, nem liberdade ou bem-estar.
O valor humano fundamental hoje necessário, como base para uma vida melhor na sociedade em que vivemos, é o simples uso prático da energia da boa vontade. A boa vontade é uma atitude inclusiva e cooperativa da mente; é "amor em acção"; ela encoraja a justiça e integridade naqueles que possuem influência e autoridade. É verdadeiramente a pedra fundamental da sociedade humana, respondendo pelos valores da nova era.
Apoiemos em pensamento e acção aqueles que agem com boa vontade em benefício do "bem geral de todos os povos".
Maria Alice Lemgruber - Extraído do Caderno Avatar vol. 3 nº 2, FUNDAÇÃO AVATAR
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