Inevitabilidade
Ninguém se livra do que lhe cabe: daquela estrada curvilínea que temos por força de aprender a contornar sem despiste, da ladeira íngreme que é preciso vencer, de todo e qualquer chamamento que nos chegue, seja lá donde fôr e aparece mais forte do que nós.
Assim é com as almas. Todos os que se encontram nesta vida, ou pelo amor ou pelo ódio, encerram, no simbolismo desse encontro, facetas a trabalhar.
Não vale a pena virar as costas ao que não nos agrada.
De nada serve pôr-lhe um rótulo diferente do que nos convém.
Escusado fingir, contar-se histórias. Não há forma de verdadeiramente nos defendermos. Da medula da alma continuarão a brotar, até à hora final, os sinais que hão-de atrair, outra vez, circunstâncias, pessoas, fados idênticos aos que já nos couberam e que não soubémos vivenciar.
Até à hora final.
MARIANA INVERNO, Notas Diárias à Sombra dos Tempos
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