QUEM EU SOU
Estou cansada de afirmar que sou assim ou assado! Estou exausta de esclarecer, de confirmar as minhas intenções, de apaziguar, de compensar.
A partir de hoje, faço um pacto comigo mesma: não esclarecerei, não darei aos outros informações sobre quem sou ou o que me move. Mais a mais, que sei eu de mim mesma para os outros? Tudo o que eu disser é questionável pois há tantas percepções, tantas verdades quantos indivíduos existem sobre a Terra.
Se eu pouco ligo ao que os outros me dizem sobre si mesmos, por que lhes hei-de justificar os motivos do que me conduz na vida? Porque hei-de contar a minha história, que é só minha afinal, pois por cima do meu texto haverá sempre o texto dos outros, as suas correcções, distorções, análises...?
Aquilo que cada ser sente há-de sempre prevalecer para si mesmo. Cada qual conta os seus contos como pode e como sabe. É uma questão de sobrevivência.
Resta-me ser. Apenas.
Serena, o mais possível.
Só...inevitavelmente.
MARIANA INVERNO, Notas Diárias à Sombra dos Tempos
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