ORDEM NASCENTE

Textos poéticos e filosóficos sobre a ordem nascente
A ordem nascente é ainda elusiva e periclitante. São muitos os profetas apocalípticos que auguram o fim dos tempos, e assim alimentam o medo no ser humano, facto que não pode bem servir a humanidade. Mas há, sem dúvida, crescentes indícios, vestígios, sinais que auguram o fim de um tempo, o ruir das estruturas... MARIANA INVERNO

26 julho 2005

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A origem da alma, autoconhecimento e criatividade



"É deveras estranho que tantas pessoas deixem de lado o problema da origem da alma humana unicamente por medo de estarem entrando numa região insegura do saber. [ ... ]Neste domínio, todo esforço para obtenção de conhecimentos é, simultaneamente, uma necessidade moral e um compromisso ético irrenunciável.





A actual configuração da humanidade não permite que se nasça com sentimentos fortes nem com um pensamento aguçado; por causa da alma da consciência, o homem nasce com uma natureza que implica a separação, o individualismo, o egoísmo e a solidão numa escala bem maior do que ocorria com a alma do intelecto ou do sentimento. [...] Cada alma enfrentará dificuldades no decorrer do quinto período pós-atlântico, pois a alma da consciência só poderá desenvolver-se quando passarmos pela prova de superar tais dificuldades.


O auto conhecimento é difícil pelo facto de o homem ser um ente tão complicado. E ele o é por ser vinculado a todos os mundos e seres superiores. O que existe dentro de nós são imagens projectadas do macrocosmo; a nossa organização, os nossos corpos físico, etérico e astral, bem como o nosso eu — enfim, os nossos membros essenciais —constituem mundos dos seres divinos.


O raciocínio puramente intelectual e materialista compraz-se em acreditar que não se pode penetrar no âmago das coisas senão por meio de conceitos abstractos; dificilmente admitirá que, para esse fim, as outras forças anímicas sejam pelo menos tão necessárias quanto o intelecto. Não se trata apenas de uma metáfora quando afirmamos ser possível compreender algo tanto com o sentimento e as emoções quanto com o intelecto.

Para o artista, todo o lado externo de sua obra tem de expressar o interior; no caso dos objectos da natureza o interior não coincide com a forma externa, e o génio humano tem de investigá-lo para chegar à sua cognição.
[... ]. Para as criações da arte não importa o que é, e sim o que poderia ser, não o real, e sim o possível."


RUDOLF STEINER(1861-1925)

2 Comments:

At 9:52 da manhã, Blogger  rosaleonor said...

Muito claro este texto, extraordinária a lucidez penetrante deste homem raro.

Obrigada por o teres colocado e dado acesso a um pensamento brilhante...

UM abraço R.L.

 
At 12:04 da tarde, Blogger mariana said...

Obrigado, amiga, pela tua passagem pela Ordem Nascente. Poucos a visitam, menos ainda a comentam...
Um dos males das nossas sociedades é seres como Steiner terem sido até hoje apreciados e estudados apenas por verdadeiras minorias - as chamadas elites do pensamento - sem terem conseguido "furar" de forma eficaz a carapaça de preconceitos, ideias feitas, de separatividade e compartimentação que tolhe a criatividade das energias encarnadas no planeta. Estou crente que o momento de Steiner vai chegar, o que preconizou há cerca de um século há-de encontrar eco no coração e na consciência da maioria que...sobreviver!
Abraço
Mariana

 

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