Vem cá…
Salta de dentro desse eterno cansaço
aflitivo e baço
- que há-de continuar, bem sei –
mas dá-te agora
por uns quaisquer instantes uma só hora
a imperiosa consolação
do nosso abraço
Vem cá…
Assimilemos as devastadoras forças
que nos estiram para além de nós
impiedosas cruas
os necessários agentes do devir…
será talvez a consciência
só pura consciência a emergir.
Vem cá, vem cá…
Não perguntes, nada expliques
Retem apenas a fundamental
a suprema, inadiável pulsão
de ser
neste intemporal amplexo
em que máscara alguma prolifera
Em ti segura e por ti calma
desço contigo ao vale de trevas
onde tantas vezes choras
- esse abissal fundo qualquer
onde tu rezas
e eu encontro
as sombras da minha alma.
TESSA ESTATE (1943-2001)
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