ORDEM NASCENTE

Textos poéticos e filosóficos sobre a ordem nascente
A ordem nascente é ainda elusiva e periclitante. São muitos os profetas apocalípticos que auguram o fim dos tempos, e assim alimentam o medo no ser humano, facto que não pode bem servir a humanidade. Mas há, sem dúvida, crescentes indícios, vestígios, sinais que auguram o fim de um tempo, o ruir das estruturas... MARIANA INVERNO

22 janeiro 2004

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A ARTE DE VIVER EM PAZ


Peace Dove
CORINNA LYON


"é nas escolas da Terra que se moldará a nova consciência, capaz de por um termo a toda a violência".
Nunca estivemos tão perto da Paz. Mas, ao mesmo tempo, jamais ela nos pareceu tão distante. Já podemos curar doenças que até há bem pouco tempo eram terrivelmente mortais. Das pranchetas dos cientistas brotam animais e plantas que a natureza não criou.
(…)
Ao olharmos em volta, porém, damos de cara com os terríveis subprodutos desse desenvolvimento: miséria, violência, medo.

A humanidade atingiu o limiar de uma nova era e vive, agora, uma espécie de dor do crescimento. Deixamos de ser crianças, mas ainda não sabemos nos portar como gente grande. Acumulamos conhecimentos em quantidade. Mas, sem sabedoria para usá-los, podemos destruir-nos e ao mundo que habitamos.

Felizmente, uma nova consciência está se estabelecendo no espírito de grande parte das pessoas. Ela inspira outra maneira de ver as coisas em ciência, filosofia, arte e religião. Somos os espectadores e os actores principais de mais este acto da "comédia humana."

Trata-se de um momento de síntese, integração e globalização. Nesta fase, a humanidade é chamada a colar as partes que ela mesma separou nos cinco séculos em que se submeteu à ditadura da razão.
(…)
Esse esforço começa a se fazer necessário porque a crise de fragmentação chegou a limites extremos e ameaça a sobrevivência de todas as formas de vida sobre a Terra.


Monumento Rotario a la Paz

A VISÃO FRAGMENTÁRIA DA PAZ

A toda acção corresponde uma reacção. Essa verdade cristalina é frequentemente ignorada pela cultura da fragmentação. Assim, é interessante observar como sujeito e objecto, nessa visão do real, estão sempre irremediavelmente separados, do mesmo modo que causa e efeito.

Os perigos de tal concepção são evidentes, e os exemplos, inúmeros. Comportamo-nos como se pudéssemos cortar todas as árvores, como se tivéssemos salvo-conduto para destruir rios e oceanos sem que o planeta nos puna pela ousadia.

Nas relações com os outros homens não é diferente: somos agressivos com as pessoas que nos cercam e reclamamos quando elas nos ferem. Agimos como se nossos actos não tivessem consequências, como se as nossas vítimas não pudessem jamais reagir.

Essa visão fragmentária do real bem que poderia ser chamada de "cultura da irresponsabilidade", na medida em que reforça uma confortável mas perigosíssima cegueira sobre as relações entre o sujeito e o objecto.

A paz está dentro de nós.
Ou então não existe.
Se é no espírito dos homens que começam as guerras, então, como disse Robert Muller em 1989,
é nas escolas da Terra que se moldará a nova consciência, capaz de por um termo a toda violência.

PIERRE WEIL, "A Arte de Viver em Paz"

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